Portal do Ministério do Esporte publica: Crônicas de Nelson Rodrigues por Aldo Rebelo...
......................................
São 40 crônicas selecionadas pelo próprio ministro em um trabalho de pesquisa de mais de um ano. O futebol foi a metáfora utilizada por Nelson Rodrigues para a apresentação e a divulgação de um Brasil eficiente e vitorioso.
Logo abaixo você lê texto extraído do portal do MINISTERIO dos ESPORTES referente a obra envolvendo o nome de Nelson Rodrigues lançada em dezembro último.
Para você que gosta de futebol e ainda não sabe, o grande Nelson Rodrigues foi um dos maiores nomes da crônica esportiva Brasileira (e dramaturgia) com uma visão particular e ímpar...
O nobre foi um dos grandes incentivadores da Seleção Brasileira em 58 quando levantamos o primeiro caneco mundial...
Parece que os GOVERNANTES querem “pegar uma carona” nesta situação ocorrida nos anos 50 para promoverem a Copa do ano corrente, claro, temendo as manifestações que com certeza acontecerão durante os jogos...
Embora tenha sido resumido por um GOVERNANTE atual, vale a pena ler:
*************************************** fonte: http://www.esporte.gov.br/
Domingo, 19 Janeiro 2014 18:56
O portal do Ministério do Esporte publica a partir deste domingo (19.01) até o mês de junho, às vésperas da Copa do Mundo, uma série de crônicas escritas por Nelson Rodrigues entre as décadas de 1950 e 1970. Os textos foram publicados no livro “A Pátria de Chuteiras”, lançado em 9 de dezembro pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
São 40 crônicas selecionadas pelo próprio ministro em um trabalho de pesquisa de mais de um ano. O futebol foi a metáfora utilizada por Nelson Rodrigues para a apresentação e a divulgação de um Brasil eficiente e vitorioso.
A série começa hoje com a crônica “Coices e relinchos triunfais”. O site do ministério vai publicar dois textos por semana, sempre aos domingos e às quintas-feiras.
"Ponham um inglês na Lua. E na árida paisagem lunar, ele continuará mais inglês do que nunca. Sua primeira providência será anexar a própria Lua ao Império Britânico."
Coices e relinchos triunfais (1)
Amigos, o meu personagem da semana é o cronista patrício que foi a Inglaterra. Pois bem: — saiu daqui bípede e voltou quadrúpede. Desembarcou no Galeão soltando, em todas as direções, os seus coices triunfais. Por aí se vê que o subdesenvolvido não pode viajar, e repito: — não pode nem ultrapassar o Méier. A partir de Vigário Geral, baixa, em nós, uma súbita e incontrolável burrice.
Não há, nas palavras acima, nenhuma piada. Faço uma casta e singela constatação. Ponham um inglês na Lua. E na árida paisagem lunar, ele continuará mais inglês do que nunca. Sua primeira providência será anexar a própria Lua ao Império Britânico. Mas o subdesenvolvido faz um imperialismo às avessas. Vai ao estrangeiro e, em vez de conquistá-lo, ele se entrega e se declara colônia.
É o que está acontecendo nas nossas barbas estarrecidas. O cronista que foi à Inglaterra (salvo raríssimas exceções) quer apenas isto: — fazer do futebol brasileiro uma miserável colônia do futebol inglês. Insisto no problema da viagem. O brasileiro que vai a Vigário Geral volta com sotaque, mas pergunto aos paralelepípedos de Boca do Mato: — tínhamos alguma coisa que aprender com o inglês?
Sim. Tínhamos. Por exemplo: — aprendemos como ganhar no apito. E, realmente, fomos caçados com a conivência deslavada dos juízes, dos juízes que a Inglaterra manipulava. Aí está o Canal 100 (2). É o cinema, com uma ampliação miguelangesca, mostrando o nosso massacre. Nada descreve e nada se compara ao cinismo com que se exterminou Pelé. Tal cinismo foi, talvez, a maior lição que recebemos da Copa.
A melhor lição e não a única. Aprendemos também que um império se faz pulando o muro e saqueando o vizinho. E só uma coisa não precisávamos aprender: — futebol. Vocês viram a sorte do escrete russo no Brasil. É uma das melhores equipes do mundo. Só não foi finalista, no lugar da Alemanha, porque jogou a semifinal com nove elementos. E, aqui, a Rússia perdeu até em Maringá.
Mas há pior: — o mesmíssimo escrete russo tomou um banho de bola e de gols, sabem onde? Em Moscou. Aqui, o escrete inglês levou uma de cinco. Vejam bem: — de cinco. E só concedemos ao adversário um único e compassivo gol. Pois bem. Vai o cronista à Inglaterra e lá tem todo o comportamento do subdesenvolvido, de várias encarnações. O futebol inglês, ou alemão, ou russo é de uma clara, taxativa, ululante mediocridade.
Trata-se de um retrocesso evidentíssimo. A grossura, a truculência, a deslealdade ou, numa palavra, o coice nunca foi moderno. É um futebol que se devia jogar de quatro, aos relinchos, aos mugidos; e que também se devia assistir de quatro, com os mesmos relinchos e os mesmos mugidos. Muito bem: — e que faz o cronista? Quer que o jogador brasileiro, o melhor do mundo, também se transforme num centauro — um centauro que fosse a metade cavalo e a outra metade também.
E não sei se vocês viram a página mais negra da nossa crônica. Vários colegas escalaram o escrete da Copa. Não há um único e escasso brasileiro. O leitor há de perguntar: — “Nem Pelé?” Nem Pelé. O cronista patrício está de tal forma fascinado com o futebol débil mental que varreu do mapa o divino crioulo. Dirá alguém que Pelé só jogou contra a Bulgária e foi assassinado no jogo Brasil x Portugal.
Mas nenhum jogador europeu fez, jamais, nada que se parecesse com as jogadas de Pelé na estreia brasileira. E mesmo de maca, mesmo de rabecão, ele teria que entrar em qualquer seleção da Copa. E Gilmar? E Paulo Henrique? E Altair etc. etc. Saímos da burrice da comissão técnica e vamos cair na burrice de certa crônica. Uma conseguiu destruir o escrete, a outra quer destruir o próprio futebol brasileiro.
Graças a Deus, há duas pessoas inteligentes em nosso futebol: — o craque e o torcedor. Os dois não estão de quatro. O craque tem uma qualidade que não se deixou cretinizar pela viagem. E a torcida sabe que a finalíssima foi a festa da mediocridade chapada.
Eu quero terminar dizendo: — quando, após a partida anteontem, o capitão inglês ergueu as mãos ambas a Jules Rimet, o urubu de Edgard Allan Poe declarava aos jornalistas credenciados: — “Nunca mais, nunca mais!” E, de fato, como as outras Copas vão ser disputadas em terreno neutro, nunca mais a Inglaterra vai conseguir impor o seu futebol sem imaginação, sem arte, sem originalidade. E o cronista que foi nos dois pés e voltou de quatro que se cuide. O mesmo urubu de Edgard Poe diria que não se levantará nunca mais, nunca mais, nunca mais.
O Globo, 1/8/1966
1 Título sugerido pela edição do livro A pátria em chuteiras (Companhia das Letras, 1994). A crônica foi publicada originalmente na coluna “Meu personagem da semana” sem título. (N.E.)
2 O Canal 100 foi um cinejornal criado por Carlos Niemeyer no final da década de 1950. O informativo era apresentado antes da exibição dos filmes nos cinemas.
Enviado em 07/21/2014 - Nome: PITANGUI
Mensagem: AOS AMIGOS DO FUTEBOL BH - JOGANDO SABADO PELO MASTER 48 ANOS, O LETICIA APOS EMPATAR EM 3 X 3 COM O OTIMO TIME DO JANUARENSE, GANHOU NO PENALTIS POR 5 X 4, ULTIMO GOL MARCADO POR TECAO.
O TIME: NECO, ROGERIO DELEGADO (BEDEU), FLAVIO, PITANGUI (RONALDAO), BIANA (RODRIGO), RATO (TECAO), TELO, FERNANDO (DANILO), CESAR MARIANO, RIBAS (ROBERTINHO), LOSINHO (RISADINHA).
TECNICO: BERTOLDO
AUXILIAR: HELINHO
MASSAGISTA: LEONCIO DO PICA PAUO BETANIA GANHOU POR 1 X 0 DO INDEPENDENTE
O ALIANÇA GANHOU POR 4 X 3 DO ESTRELA DO VALE (ESTRELA CLASSIFICOU NO INDICE TECNICO)
SEMI FINAL
LETICIA X BETANIA NO RANCIG
ALIANÇA X ESTRELA DO VALE (SAO JOSE OPERARIO OU SANTA CRUZ).
OTIMA SEMANA A TODOS COM DEUS NO CONTROLE
PITANGUI
FBH!: Nobre PITANGUI muito obrigado e uma otima semana!
Enviado em 07/21/2014 - Nome: bh torcida
Mensagem: A copa do mundo já acabou e está dfac ***(editado)*** está rolando e lero lero lero ai voce vai vazer seleçao com este campeonato lero lero
Todos os direitos reservados ao Grupo FutebolBH - ''Se Deus é por nós, quem será contra nós?'' - www.futebolbh.com.br - contato@futebolbh.com.br - Desenvolvimento:laboweb